• 16/10/2020 - sexta-feira
QUATRO MIL PROCESSOS. QUATRO MIL VITÓRIAS.
Acompanhe essa epopeia sindical do Stap
Acompanhe essa epopeia sindical do Stap
Nas últimas semanas, dezenas de Servidores passaram pela sede do Sindicato, onde receberam cheque referente à multa por atraso no pagamento do abono de férias ou da pecúnia. Esse atraso ocorreu em 2016.
Entre o ato lesivo do governo de então e o cheque entregue na mão do Servidor lesado, há uma longa trajetória. Essa história você acompanha aqui, contada pelo dr. Marcelo de Campos Mendes Pereira, advogado do Stap.
O FATO GERADOR
“Em 2016, o prefeito Almeida atrasou o pagamento do abono de férias (1/3) e da pecúnia - ou seja, do valor referente aos dias trabalhados durante o que seria período para gozo de férias”.
JURÍDICO
“Ante o atraso comprovado, o Sindicato ingressou na Justiça, pleiteando pagamento da multa prevista no Artigo 137 da CLT e também na Súmula 450 do TST. Tratou-se de Ação Civil Pública, na qual o Stap utilizou o recurso do substituto processual assegurado na Constituição.
A Justiça comum nos deu ganho de causa. Mas a Prefeitura recorreu da sentença, perdendo em todas as instâncias, inclusive no TST. Pra tentar não pagar, ingressou com agravo junto ao Supremo Tribunal Federal, mas o STF não acolheu o recurso patronal”.
SEQUÊNCIA
“O próximo passo foi fazer a execução dos débitos. Para tanto, o Stap entrou com pedido de liquidação da sentença, de forma coletiva. Porém, a Prefeitura obteve na Justiça a execução individual. Essa medida exigiu da parte do Sindicato ingressar com mais de quatro mil ações, em nome de cada Servidor lesado pelo atraso.
O objetivo do empregador era claro: obstar a execução, partindo do pressuposto de que o Stap não teria pernas pra ajuizar os quatro mil processos, a fim de obter as quatro mil sentenças individuais.
No entanto, o Sindicato, outra vez, se valeu do substituto processual para efeitos de execução individual.
Começávamos ali um verdadeiro trabalho braçal e contra o tempo. O Sindicato contratou equipe adicional de cinco pessoas. Essa equipe trabalhou de domingo a domingo, durante três meses, junto com o jurídico e a diretora jurídica Renata Grota. Após 90 dias, tínhamos listados todos os nomes, para cobrar a execução”.
AS MUITAS TAREFAS
“Além de listar um a um, a equipe cuidou de atualizar monetariamente os valores, com os juros de mora sobre o valor do débito. Para esse fim, o Servidor não precisou assinar papéis ou procuração.
Com esse rol em mãos, o Sindicato entrou com ações para essas mais de quatro mil pessoas, processo por processo, caso por caso, um a um”.
A BUROCRACIA
“Seguimos todos os trâmites formais. Cadastramos o processo no site da Primeira Instância (jurisdição do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região). Após isso, fizemos a juntada das peças, cadastramos através do formulário adequado, com a devida assinatura digital do procurador da parte, ou seja, o advogado do Sindicato.
Contudo, não era o fim dos procedimentos. Na Justiça, foram analisados pedido por pedido. Vale dizer, quatro mil análises! Só a partir disso, começou a haver liberação das execuções.
E como o Sindicato é avisado? Assim: a Justiça manda citar a Prefeitura pra responder aos termos de cumprimento da sentença individual - a Prefeitura pode concordar ou embargar. Caso haja embargo, o Sindicato é suscitado a se manifestar”.
PRÓXIMO PASSO: O JUIZ
“Passados todos esses procedimentos, o magistrado homologa os cálculos. A Prefeitura pode propor embargos e o Sindicato, impugnação, se qualquer um deles discordar da homologação.
Encerrado tudo isso, o juiz manda expedir RPV (Requisitório de Pequeno Valor), em nome da parte ou do Sindicato, que figura como substituto processual.
Feito isso, o pagamento ao Servidor tem que ser realizado em até 60 dias úteis. Tendo ocorrido isso, o Judiciário expede Alvará de Pagamento, que vai direcionado à conta do procurador (ou seja, o advogado do Sindicato)”.
NOSSA NOVA TAREFA
“E como o Sindicato avisa as pessoas? Semanalmente, a diretora do Jurídico colhe todos os Alvarás e se faz um cheque somando os valores (Por exemplo: recentemente saíram 10 alvarás).
O pagamento ao Servidor, individualmente, é feito por meio de cheque do Sindicato, pois o dinheiro está depositado na conta da entidade”.
VALOR PARCIAL
“Até 15 de outubro, já entregamos aos Servidores beneficiados nos processos um valor próximo a R$ 252 mil”.
CUSTO PARA O SÓCIO
“E quanto o sócio paga pelo seu processo? Nada. A assistência é gratuita e toda ela bancada pelo Stap. Cabe lembrar que nossa mensalidade associativa é modesta, de 1,5% do salário-base, com teto até R$ 6 mil. Ou seja, 1,5% só até R$ 6 mil.
A gratuidade vale para todas as fases e procedimentos, do administrativo até o dia da entrega do cheque na mão da pessoa. Teve Servidor que recebeu cerca de R$ 7 mil”.
GRATIFICANTE
“Enquanto advogado de trabalhador, me sinto gratificado com o resultado desse trabalho. Nosso esforço valeu a pena, pois impedimos quatro mil calotes, e a Justiça foi feita. Quero deixar claro que o advogado não é um iluminado. Essa conquista é fruto do trabalho da equipe e da correta orientação da direção sindical”.
PAPEL DO SINDICATO
Nosso presidente Pedro Zanotti Filho dá o seu testemunho: “Não vejo a hora de entregarmos o último dos quatro mil cheques. Será o coroamento de uma luta. E a demonstração, mais uma vez, do papel que o Sindicato cumpre no combate a abusos patronais e na defesa dos legítimos interesses dos Servidores”.
OUTRA AÇÃO
Temos mais uma ação judicial de férias atrasadas, referentes a 2015. Você será informado.