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• 19/7/2019 - sexta-feira

Editorial

SELVAGERIA CONTRA O TRABALHO

Pedro Zanotti Filho - Presidente
Diretoria "Sindicato Forte"
pedro@stapguarulhos.org.br

facebook.com/pedrozanottifilho

Reza a tradição cristã que Deus fez o mundo em seis dias, descansando no sétimo. O que isso ensina? Duas coisas: que até Deus trabalha; que o mundo é produto do trabalho.

Portanto, o trabalho é anterior ao mundo e tem essência divina.

Vencida a escravidão, a humanidade buscou normatizar o trabalho. A grande luta moderna está marcada pela regulação da jornada. E, na sequência, pela busca da justa remuneração e do trabalho decente.

A Declaração dos Direitos Humanos, de 1948, é um marco para a dignidade do trabalho. A CLT, de 1943, é outro marco. E a Constituição de 1988 reafirmou os valores do trabalho. Tudo isso integra uma construção civilizatória.

Sendo assim, a presente onda de ataques ao trabalho (pelo capital, governos e por outros agentes), aos trabalhadores e às entidades de classe traduz um retrocesso civilizatório, fere os princípios da cristandade e agride o Estado de Direito.

Outro grave ataque contra o trabalho, o trabalhador e às entidades de classe vem agora com a Medida Provisória 881, editada pelo presidente Bolsonaro e aprovada numa comissão do Senado, dia 11 de julho - segue a íntegra da MP para que você leia e constate a agressividade.

SERVIDOR - Ilude-se quem pensa que as agressões atingem só a área privada. O funcionalismo vem sofrendo seguidos ataques.

Dia 10, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou Projeto de Lei Complementar que regulamenta a avaliação de servidores e fixa regras para a demissão por baixo desempenho. Inserida na Constituição pela Emenda Constitucional 19, em 1998, a avaliação carece de regulamentação. Requerimento de urgência foi aprovado e o texto irá para plenário, após recesso parlamentar.

A matéria regulamenta o Artigo 41, Inciso 1º, da Constituição. O dispositivo determina que o servidor estável - pós-período probatório - fica sob risco de perder seu posto de concursado em caso de resultado insatisfatório, “mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa”.

Prezado(a): É preciso que todos, do setor público ou privado, fiquem atentos a essa avalanche contra os direitos, às entidades e ao próprio trabalho.

Sei que todo mundo tem tarefas profissionais, vida familiar e tantos compromissos. Mas é preciso despertar para a dura realidade. E reagir.

No que for do alcance do Sindicato, seremos sempre um espaço de debate e trincheira de luta. Atenção: no darwinismo social neoliberal, só sobrevive quem se une, se organiza e luta. Fora disso, sem chance!

Um abraço.

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