Editorial
Obrigado, trabalhadores na Saúde!
Pedro Zanotti Filho - Presidente Diretoria "Sindicato Forte" pedro@stapguarulhos.org.br facebook.com/pedrozanottifilho |
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Se formos traçar duas linhas num gráfico – para Educação e Saúde – veremos que a linha da Educação tem uma curva ascendente mais forte que a da Saúde.
Não que tudo esteja bem na área da Educação. Ocorre que as coisas estão piores no setor da Saúde.
A população brasileira (uns mais, outros menos) abraçou a causa da Educação, entendendo que ela é fundamental para a Nação.
Mas a mesma população, por vários fatores, não empunhou a bandeira da Saúde, como deveria, abandonando, de certa forma, o imenso avanço que tivemos na Constituição de 1988. A Constituição criou o SUS e seus derivados, como o Programa da Saúde da Família.
Em 2008, o governo aprovou a Lei do Piso e da jornada para os Professores. Já a jornada de 30 horas, que é a grande bandeira dos trabalhadores na Saúde, nunca foi atendida.
Um dos fatores desse atraso é a ingerência espúria do capital. O poder econômico - dos convênios médicos e da indústria farmacêutica - influi nas políticas públicas e pressiona o Estado. Outros fatores ajudam a piorar a situação. Nossa classe média caiu no conto do vigário dos planos de saúde (e rejeitou o SUS) e boa parte da classe médica é mercantilista. Basta ver a guerra que suas associações criaram contra o Mais Médicos - um programa muito útil ao nosso povo.
Comento tudo isso pra lembrar que 7 de abril foi o “Dia Mundial da Saúde”. A data é uma formalidade, eu sei. Mas é sempre uma oportunidade de refletir sobre o tema, ressaltando que o profissional não-médico ganha mal, trabalha muito e enfrenta jornadas estafantes.
Eu, como muitos de vocês, já passei pela rede pública e por hospitais de convênios. Quero deixar o meu testemunho de que sempre fui tratado com muito zelo por auxiliares, enfermeiros e todo o corpo de trabalhadores.
Meu muito obrigado a vocês todos. Estamos juntos pelas 30 horas e valorização do profissional da Saúde.